Uma investigação do Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) trouxe à tona uma alarmante realidade: 148 prédios em 94 endereços na região do Grande Recife estão em risco muito alto de desabamento. A situação é ainda mais preocupante pelo fato de que muitas pessoas continuam a residir nesses locais perigosos.
Os dados foram compilados ao longo de um período de 13 anos e fornecem uma visão angustiante sobre a negligência na manutenção dessas edificações. A pesquisa abrange a Região Metropolitana do Recife, destacando os pontos mais críticos onde esses edifícios estão localizados.
De acordo com o levantamento do Itep, desde 2010, quando as avaliações foram concluídas, pouco foi feito para melhorar a situação desses prédios. Os resultados iniciais da pesquisa eram parte de um projeto financiado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), e até agora, parece que as preocupações levantadas não receberam a devida atenção.
A situação é tão grave que alguns prédios já desabaram ao longo desse período de 13 anos. Um exemplo marcante é o Conjunto Muribeca, localizado em Jaboatão, que precisou ser total ou parcialmente demolido. O desastre que atingiu o edifício Leme, em Olinda, no mês de abril deste ano, é um lembrete chocante de que medidas preventivas precisam ser adotadas imediatamente.
Um dos principais focos da investigação foi em relação aos prédios do tipo caixão, caracterizados por sua construção com “alvenaria resistente na função estrutural”, em vez de concreto armado. Isso significa que a estrutura desses prédios é sustentada pelas paredes, sem o uso de vigas ou pilares. Segundo o relatório, cerca de 5,3 mil edifícios do tipo foram identificados nos municípios do Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe e Paulista. Alarmantemente, aproximadamente 2 mil deles são considerados de alto risco de desabamento.
Blog do Alisson Nascimento




