A Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 400 mil em espécie em um dos endereços ligados ao deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), em Brasília, durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão na Operação Galho Fraco, deflagrada nesta sexta-feira (19).
Segundo os investigadores, o dinheiro foi localizado dentro de um saco preto, guardado em um armário no flat onde o parlamentar costuma ficar na capital federal. A operação investiga o uso de empresas de fachada para o desvio de recursos da cota parlamentar, especificamente por meio de contratos falsos com locadoras de veículos.
A ação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), e também teve como alvo o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Ambos são suspeitos de envolvimento com contratos de aluguel de veículos supostamente simulados, pagos com verbas da Câmara dos Deputados.
Segundo a PF, o material apreendido em dezembro de 2023, durante ação contra assessores parlamentares, embasou os pedidos de busca contra os próprios deputados nesta nova etapa. O objetivo é aprofundar a apuração sobre o possível desvio de verbas públicas a partir de empresas com estrutura incompatível com os serviços contratados.
A cota parlamentar é um recurso mensal destinado a cobrir gastos dos deputados com o exercício do mandato, como transporte, hospedagem e consultorias. O valor é separado do salário e é de uso exclusivo para atividades parlamentares.
Até o momento, Sóstenes Cavalcante não se pronunciou. Já Carlos Jordy divulgou uma nota em que nega irregularidades e afirma que é cliente da empresa de locação desde 2019. Segundo ele, “não cabe ao parlamentar fiscalizar a frota ou a estrutura interna da empresa contratada”. O deputado também declarou que a ação da PF teria caráter político e ocorre no momento em que ambos atuam na CPMI do INSS.




